TROUBLE • Psalm 9 [1984]

Artista: TROUBLE
Álbum: Psalm 9
Ano: 1984
Gênero: Heavy Metal
País: Estados Unidos
 
Em algum momento do ano de 1979, cinco rapazes da região de Chicago, Illinois, decidiram formar uma banda, trazendo influências do BLACK SABBATH, do Rock clássico e, mais tarde, da Música Psicodélica. Esses rapazes eram Eric Wagner (vocal), Bruce Franklin e Rick Wartell (guitarra), Sean McAllister (baixo) e Jeff Olson (bateria). Essas mentes criativas reinventaram o som criado por seus heróis do BLACK SABBATH para uma nova década e, assim, esses lendários precursores do Doom Metal, lançaram esta estréia (inicialmente homônima, mais tarde alterada para "Psalm 9") em 1984, com um grande culto seguindo depois disso. E não é difícil perceber porquê. Com mudanças de andamento executadas perfeitamente nas músicas, um tom sombrio e lamacento, composições magníficas e outros aspectos superiores, "Psalm 9" continua sendo um lançamento de destaque e continua a influenciar até hoje.

E muito disso vem da frente da guitarra. O álbum é movido por riffs, e muitos outros excelentes são ouvidos aqui. Desde a harmonização de riffs enormes e robustos até riffs semi-Thrash abafados, "Psalm 9" cobre terreno em um nível amplo. O que torna os riffs muito mais obscuros, pesados ​​e fortes é o tom; muito graves e grossos, mas com um toque abrasivo para uma audição agressiva, junto com uma afinação baixa, alguns lembram CANDLEMASS. Ainda assim, acordes de registro grave soam bem produzidos e distintos entre todos os instrumentos, ao mesmo tempo que mantêm o som imensamente maligno que é o "tema" do álbum.
 
Solos também são proeminentes e deveriam ser; na verdade, eles são estruturados e melódicos, além do ritmo rápido e rápido das bandas de Thrash Metal da época. O Tapping é muito apreciado pelas guitarras, como aparece em muitas músicas. No entanto, não é cansativo, nem parece exagerado ou antigo. Às vezes, também são encontrados varreduras, junto com aspectos de solo que se adaptam ao álbum, como vibratos longos, notas legato, andamentos lentos, etc, o que é um aspecto muito importante para a perspectiva de atmosfera do álbum. Embora não faça nada tecnicamente impressionante (segue quase exclusivamente a guitarra), é uma parte muito importante do álbum dar-lhe um som ainda mais lamacento. Além disso, não soaria bem se uma linha de baixo Funky estivesse bem no meio de qualquer música deste álbum, então a tecnicidade não é um problema aqui. Sean faz o trabalho e isso é tudo de que precisamos.
 
Jeff Olson tem alguns esforços impressionantes aqui. Sua bateria está perfeitamente unida aos demais instrumentos do álbum, funcionando muito bem juntos. Olson tem alguns preenchimentos e padrões peculiares, mas é realmente estruturado e pensado, como os solos. Não há nada de errado com o som dele também. Seus pratos, chimbau, etc. soam nítidos, uma pausa um tanto apreciada de todo o som opaco do resto do álbum. O resto de seu kit, entretanto, soa exatamente como deveria; em linha com o resto do álbum. Denso.

E agora, provavelmente a parte mais marcante do álbum, os vocais. Eric Wagner é um vocalista único. Eric é de certa forma a contraparte sonora do álbum. Ele tem uma voz aguda, pelo menos cantante, que usa de maneira meio desleixada. Às vezes ele pode ser ouvido à beira da ópera, mas principalmente ele gosta de seu grito. Sua voz tem muita reverberação, o que é uma vantagem para o álbum porque acrescenta um aspecto sombrio.

Logo que o álbum se inicia com "The Tempter", já se percebe a energia e competência dos rapazes do TROUBLE, numa faixa que remete a uma luta espiritual em sua letra. "Assassin" é o SABBATH descarado! A banda toda está em sincronia e executa um Heavy Metal furioso com riffs extremamente empolgantes. "Victim of the Insane" permite que Olson inicie introduzindo a bateria para o que vem a seguir, a linha das faixas anteriores como uma das melhores do álbum. Até aqui você aprendeu o que é Doom Metal, e se chegou aqui, vai se deliciar com o álbum do início ao fim.

Um riff simples, mas contagiante que fica na sua cabeça até o fim da música. É assim que começa "Revelation (Life or Death)". Rock´n´roll na veia! "Bastards Will Pay" é pra você correr, pular, balançar a cabeça. Provavelmente a faixa mais energética do disco! "The Fall of Lucifer", traz ótimos riffs e talvez o melhor refrão do álbum. "Endtime" é uma faixa instrumental. Aqui a banda joga toda sua habilidade, num faixa realmente ótima de se ouvir. Incrível profissionalismo dos caras. Entenda porque Bruce Franklin merece estar na lista dos maiores guitarristas cristãos! Até o baixista Sean se destaca mais nessa faixa!

Chegamos à faixa-título, "Psalm 9". Uma das melhores faixas do álbum, se não a melhor, disputando com "The Tempter" e "Assassin'. Aqui a banda trouxe o espírito SABBATHico numa encarnação surpreendente, onde temos a sensação de que Ozzy irá cantar a qualquer momento.

Pra finalizar, ainda temos um cover da música "Tales of Brave Ulysses", da banda de Blues-Rock/psicodélico CREAM (que tinha o guitarrista Eric Clapton em sua formação), baseada na famosa obra "Odisséia", de Homero. Encerra o álbum em altíssimo nível.
 
Após esse álbum, o TROUBLE nunca mais lançou um álbum como "Psalm 9". "The Skull" mantém um pouco do Doom Metal, principalmente na temática de suas letras, mas já soa mais Heavy Metal do que o anterior. A partir do "Manic Frustration" (de 1992), a banda começou a tocar um ritmo mais acelerado e psicodélico.
 
Fontes de pesquisa:
Destaques
Faixas:
01. The Tempter (06:37)    
02. Assassin (03:13)  
   
03. Victim of the Insane (05:10)   
04. Revelation (Life or Death) (05:06)
     
05. Bastards Will Pay (03:43)
    
06. The Fall of Lucifer (05:44)     
07. Endtime (04:59) (instrumental)

08. Psalm 9 (04:49)   
Duração:  39:21 
 
Músicos:
• Eric Wagner (R.I.P. 2021): Vocais
• Rick Wartell: Guitarrass
• Bruce Franklin: Guitarras
• Sean McAllister: Baixo
• Jeff Olson: Bateria

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